quarta-feira, 23 de junho de 2010

Sufocada.

Mário Quintana disse:

"Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?"

Swear.

Eu juro que eu não vou xingar.
Eu juro que eu ainda te amo.
Eu juro que você não me estragou tanto quanto você pensa.
Eu juro que eu sei fazer histórias com finais felizes.
Eu juro que eu vejo um filme e não me lembro de você.
Eu juro que minhas amigas são as melhores.
Eu juro que eu vou parar de prometer estar aqui sempre que você precisar.
E eu prometo que eu vou parar de jurar.

Blá blá blá blá blá!

Parece que eu vou explodir se eu não te disser isso logo, e perdoe qualquer erro na escrita, mas eu estou escrevendo rápido demais pra minha coordenação motora, eu acho.
O problema é que eu odeio admitir que o que te aconteceu foi em parte por culpa do meu, nosso, descaso. Eu queria ter te dito enquanto você estava aqui, que eu te amava tanto e tanto e tanto que eu te odiava.
Odiava você por estragar sua própria vida. Odiava você por me fazer te amar demais.
Você nunca me disse tchau, sabia disso?
Quer dizer, você já disse tchau, mas nunca em definitivo. E eu sempre achei que eu teria mais
Eu sempre quis mais.
Eu sempre te quis por perto e vem você e desaparece sem ter nem porquê.
Por que agora?
Eu preciso de você, porque eu não aguento não poder pronunciar seu nome sem parte do meu coração ir embora contigo.
Tem tanta coisa em jogo agora, tanto risco, tanta decepção e eu queria que você estivesse aqui do meu lado pra me consolar, pra me olhar, pra me dizer que tudo vai ficar bem, que você vai estar aqui comigo.
Eu queria que você me visse agora
Visse como as pessoas dizem que eu sou forte e isso se deve à você também.
Você era normal
Eu sou normal.
E nós poderíamos ter sido extraordinários juntos.







E eu não acho que eu aguento isso mais...

RÁ!

- Você tá vendo o que, Bia?
- Um video, mana.
- Ele ligou?
- Não. - ela olha pro celular ao lado do computador - Não adianta desejar somente o que não se pode ter.
- Mas você pode ter isso.
- Não adianta mentir para que eu me sinta bem
- O mundo gira, né,
- É... O mundo continua girando.
- Sua cabeça também, Bia?
- Não, Ane.
- Ah... Tem alguma coisa que eu possa fazer pra te ajudar?
Silêncio.
- Isso é um não, Bia?
- Não.
- É um sim?
- Aham.
- O que eu posso fazer?
- Me desculpar.
Ane estava perplexa.
- Pelo que, mana?
- Ele ligou. Eu menti. - Bia mostrou o celular.
- Ah. E o que ele queria?
- Não vi a mensagem de voz.
- Posso ouvir, Bia?
- Por mim...
- Que video é esse? - disse Ane olhando pra tela do computador enquanto digitava a senha da caixa postal do celular da irmã.
- Do Lucian e da Sonja.
- De no... - Ane fez uma pausa, a voz de Paulo estava alta demais no telefone e o corpo de sua irmã enrijeceu.
"Bia... -suspiro- Bia? Eu te amo. Mais que tudo. Mais que eu mesmo. Você deixou de me amar, é isso? Eu entendo isso, Bia, mas por favor não me ignora. Homens odeiam ser ignorados e eu mesmo te contei isso naquela vez que a gente foi no parque, lembra?... Bia, por favor. Me diz o que você tem. Se eu sou Romeu, o que te impede de ser Julieta? NÃO, ESPERA, esse exemplo foi terrível... Eu te amo mesmo, me..."
- Fim da mensagem - a moça da operadora disse no ouvido de Ane.
Silêncio.
- Eu gosto desse vídeo, Ane.
- Gosta, Bia? Por que?
- Assim que amores verdadeiros acabam, geralmente. - disse Bia com lágrimas nos olhos.

toc toc na janela.
quem será dessa vez?
- Bia, você é a melhor. ♪
Ane e Bia se entreolharam
- Ele te fez uma música, que gracinha. - disse Ane correndo até a janela.
Bia não deixou de sorrir, ele estava arriscando muito pra ir até lá.
Ane disse que Bia desceria e ele parou com a serenata.
Ela desceu...
Eles se viram...

e o final só depende de você.