sábado, 18 de setembro de 2010

Estar e o Gosto

A gente adora o que está parado. Se o tempo para, é algo valioso; um objeto, o que for. Temos gosto e afeição pelo que não vive.
Porque o que é vivo, o animal, o vegetal, é efêmero como a pessoa que ama tudo isso, passa como a brisa, como a maré alta e etc.
Talvez o que esteja parado seja algo que vai perdurar, ele não tem coração, nem alma [acredita-se] e portanto, não sofre, não morre. Ele vai ainda estar aqui quando você não estiver mais então muito da gente pode ficar naquela coisa, naquele objeto. Ou tudo da gente, em alguns casos.
Acho que a gente ama o que a gente não pode ter, o inalcançável, só pra que durante nossa vida a gente possa dizer que amou algo/alguém até morrer. A gente ama o que dura, o que vê tudo e não se manifesta.
A gente amaria ter uma eternidade. Amaríamos a eternidade de um caderno, de uma casa.
Amariamos, invejaríamos e ao mesmo passo, odiariamos.
Não poder se manifestar? Não poder falar nada e só assistir seria exaustívo.
E é justamente desse amor, da inveja e do ódio que nós nos construímos, afinal de contas, o que é o ser humano senão uma combinação magistral de antíteses?

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A Manha e o Ser

A Manha estava manhosa ansiando a manhã
Então veio a ser e elas dançaram até o amanhecer.

domingo, 12 de setembro de 2010

I Hate

odeio quando você me surpreende, sério.
avisa quando você vai me pegar de surpresa, manda eu escutar uma baladinha brega pra me animar.
mas nunca, nunca, me deixe chateada por algo que você não pôde cumprir, não tente jogar na minha cara sentimentos que pra você minguaram com mais rapidez que uma lua.
de lua, é o que você é, ora me odeia e noutra me quer.
não me faça tremer, não me faça hesitar em voltar, não queira me ganhar de volta se não está querendo lutar.
porque luta foi ter que te eliminar de vez e lidar com o fato de que você nunca me quis de verdade, que eu persegui o invisível esse tempo inteiro.
você sabe quanto dói?
você sabe quanto machuca?
não?!
pois eu vou te mostrar.

"você não me conhece, mas me ama pra sempre porque te convém"

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Vícios Com Virtudes

um gole de coca-cola para brindarmos à vitória;

Ele olhou pra ela, entrelaçando seus dedos nos dela.
- Viu, o encaixe é perfeito.
- É mesmo. - ela odiava quando ele dizia isso, porque se sentia tão pequena perto dele, que era tão perfeito.
- Eu não entendo, Mari, como a gente pode ser tão perfeito um pro outro - ele passou a outra mão pelos cabelos dela
Ela olhou pra ele entorpecida pelos olhos castanhos que observavam seu rosto como se fosse uma jóia rara. Não respondeu nada, só deu um beijo nele e encostou as costas na parede.
- Mari, me dá um minuto, vou comprar uma coca-cola.
- Pra variar, né, amor. Vai lá.
Na hora, uma amiga de Mariana apareceu
- Onde está o Bob?
- Comprando coca.
- Aquele negócio mata.
- Eu adoro.
- Coca? HAHAHAHA Tá louca?
- Mostra que ele é um viciado. Que ele tem defeitos, assim como eu. Nem que seja um refrigerante, ele viciou, mesmo que fizesse mal.
A amiga dela suspirou.
Bob apareceu e parou na frente dela, como se fosse um espelho.
Ele entrelaçou sua mão na dela.
- Viu - ela sorriu - Encaixam perfeitamente.