quarta-feira, 20 de julho de 2011

Amor e Qboa

Desinfetei minha casa de você.
Chega de fotos, de músicas, de lembranças... Não quero mais nem sentir seu cheiro na minha roupa.
Só quero sentir o cheiro da limpeza que vem depois de retirar toda sujeira deixada pela sua tempestade de areia. Quero retirar cada migalha sua do vão da minha porta e fazer restar apenas eu, exausta e caída no chão, mas com um sentimento de dever cumprido.
Você sabe a extensão das bobagens que você fez na minha vida? Me afastou de tudo que eu amava e me cegou para todos os alertas que diziam que nosso relacionamento, ou relationshit, não estavam escritos nas estrelas ou em qualquer uma dessas baboseiras que você gosta de acreditar.
Isso não aconteceu de uma hora pra outra, sabe? Eu venho aguentando todas as suas merdas e nunca reclamei, nunca o fiz porque sou estúpida e achava que ia magoar você, mas e o quanto você me magoou? Eu não pretendo voltar a ser a mesma, porque isso seria idiotice, ou talvez cometer o erro duas vezes, certo?
Você quem me ensinou que cometer um erro mais de uma vez era por pura estupidez, então não me peça pra voltar, muito menos pra esquecer o que houve, porque suas palavras e seus gestos me marcaram de maneira inesquecível. Estou te dizendo isso pra te poupar do sofrimento ou da humilhação, está bem?
Porque eu desinfetei minha casa de você, desinfetei minha vida de você.
Então desinfete.

Green Eyed Monster

Eu desprezo as garotas apaixonadas, principalmente aquelas que depois de cinco minutos acham que já estão amando. A sua ingenuidade me corrói os ossos e me dá vontade de mostrar a elas que o mundo não é cor-de-rosa e maravilhoso como elas pensam.
Eu as desprezo porque eu as invejo bastante.
Eu desejo com o fundo do meu coração, ou qualquer outro órgão que me garanta uma vida, ter a ingenuidade que elas têm pra amar e se entregar de cabeça. Elas não temem o não e por mais que não queiram, sempre estão dispostas a dar a cara a tapa pelas pessoas que ela creem ser suas almas-gêmeas.
Eu nunca daria a cara a tapa, a não ser pelas minhas irmãs.
Eu já vi a cara do amor, como ele é feio, deformado e típico ilusor de garotas vulneráveis, e ainda assim eu o anseio mais do que ninguém, talvez por isso eu nunca tenha olhado nos olhos dele e abraçado ele e toda a bagagem que ele tem.
Às vezes eu só queria ser a menina bonita e desejada por todos, como num desses filmes bregas em que a mocinha maravilhosa termina com o desajustado sexy, eu só queria por um dia dizer que eu estava interessada sem o outro virar os olhos e torcer para que aquilo fosse uma brincadeira.
Eu estou tomada pelo monstro de olhos verdes que me acompanha por todos os lugares, porque eu também quero ser uma tola que se apaixona.