domingo, 16 de dezembro de 2012

Romeu e Julieta

Depois de mais de um ano resolvi finalmente sentar e descansar, de correr atrás de você, de andar por aí te procurando desesperadamente ou de me arrastar pela terra quando eu simplesmente não conseguia mais usar as pernas com o fim real delas.
Deixei a vitamina D penetrar minha pele e me dar a energia que eu precisava só pra dar mais um passo, só pra eu ser sua sombra silenciosa de novo, gostar de ti sem tu nem ao menos desconfiar, afinal de contas eu sou orgulhosa o suficiente pra não encher teu ego assim de graça. Enquanto os raios de sol me cegavam, lembrei daqueles breves momentos de intensa paixão nossos, você se lembra? Deus é testemunha de que eu quis te pôr dentro do carro, te casar e ter vinte e oito filhos, se o dinheiro nos permitisse.
Naqueles momentos, você era meu marido e eu era completamente sua. Um romance shakespeariano, se me permite dizer... Aí depois eu me lembrei que o mais emblemático romance de Shakespeare além de terminar tragicamente, não me apetecia de forma alguma.
E sem beijo nem nada, eu matei nosso amor com sua adaga.